segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Dia cinzento...

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O relógio apontava três minutos para as nove, lá fora um ciclista todo encolhido pelo frio dirigia-se para norte, um idoso já com a corcunda de quem um dia trouxe o mundo às costas fazia tempo para a tasca abrir... Por momentos senti-me parada no tempo, escutando um velho cd que outrora alguém especial havia deixado naquele carro, não me apetecia sair dali, apenas queria parar o relógio e ficar ali como se o mundo não desse pela minha falta.
A tasca abriu e o senhor com o mundo às costas quase correu para lá... Provavelmente sentia falta do néctar dos deuses, algo que para ele agora era o néctar dos infernos.
Vejo um colega meu de lancheira a entrar no edifício, a crise conseguiu trazer de novo a moda das marmitas... Ele não teve dificuldade em sair do carro, então porque raio continuo a querer que o mundo me esqueça?
São agora nove horas... Foram apenas três minutos que ali estive a "fugir" de tudo... Está na hora de aparecer, um outro senhor já estacionou à minha frente e já saiu para o trabalho deixando um olhar raivoso para trás... Abro a porta, saio e vou começar o último dia do ano...