quinta-feira, 23 de maio de 2013


Era um jantar, apenas um jantar, vi-te, e fugis-te de mim.
Distraída não percebi logo quem eras, em que momento da minha existência me tinhas aparecido, mas a tua cara dizia-me algo, a tua pele queimada pelo sol relembrava-me alguém, e os quilos que agora tinhas a menos escondiam a pessoa que tantas vezes me abraçou algures no tempo.
Tocas-te meu ombro, mas nunca me olhas-te nos olhos, no fundo tinhas medo que te reconhecesse ali, mas a minha lenta mente apenas começou a juntar pedacinhos horas depois. 
O porquê de teres fugido... Quem eras... E porque os teus abraços me eram tão familiares. Finalmente tudo ficou mais claro, em miúda abraçaste-me tantas vezes, sorrias, chamavas-me a minha menina, enchias-me de mimos quando era perseguida pelas outras crianças, ajudaste-me numa das fases mais complicadas da minha vida. Eras o meu porto seguro e nunca to disse. 
E hoje tenho pena de nunca o ter feito quando éramos tão próximas, pois hoje somos duas desconhecidas.

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